domingo, junho 28

Orgulho


Espreitava em seus olhos uma lágrima,

e em meus lábios uma frase a perdoar;

falou o orgulho, o seu pranto secou,

senti nos lábios essa frase expirar.

Eu vou por um caminho, ela por outro;

mas, ao pensar no amor que nos prendeu,

digo ainda: porque me calei aquele dia?

E ela dirá: porque não chorei eu?

quinta-feira, junho 4

Já não arde!


E os frutos que encontro ou colho apodrecem-me nos dedos.

E junto ao tronco não sinto o baloiçar das folhas, caídas que já estão.

E quando alcanço a praia batida pelo sol de fim de tarde, o mar já me roubou a areia, no momento em que eu poderia possuí-la.


E não há salpico de luz que me toque a sombra.


É a chama que já não arde – insuportáveis tornam-se as utopias de olhos fechados e cabelos à lua.